A Editora Arx lança hoje, às 19h, na Livraria Siciliano o livro “Amoras, Cerejas, Morangos e...Sapatos Vermelhos”. A autora é Vera Fornaciari, uma paranaense radicada em Uberlândia que se apaixonou por Guimarães Rosa e que dedica boa parte de seu livro à cultura mineira.
É o caso da Oração do Sertanejo das Gerais, que ocupa boa parte do livro e resgata a linguagem dos sertanejos. “Morros, montanhas, salpicados de ipês e fuxicos nas corrutelas, onde as novidades chegam quão devagar, mas na medida certa das leras miúdas e de pudor, e a lama se empossa esbarreando tudo...”.
Vera Fornaciari escreve desde criança. Quando fez sua primeira redação na escola, a professora quis saber de onde ela copiara o texto. “Foi um custo convencê-la de que não era cópia, sempre gostei de escrever e isso inclusive causou a revolta de minha mãe, que preferia me ver aprendendo a bordar e a costurar”, diz a autora.
A escritora ficou 15 anos sem produzir porque preferiu dedicar-se integralmente ao marido e ao filho e retomou as letras no ano passado, quando então decidiu publicar sua obra. A mulher que é mãe cuidadosa e esposa dedicada também aparece no livro de forma marcante.
A crônica “Protesto Feminino” é quase um tratado, uma forma realista de a mulher ver o mundo. “Ser uma mulher madura é essencial para uma relação dar certo: os homens, estes são eternas crianças”, diz a autora. Nos relatos das mulheres de 40, quase cinqüentonas, Vera Fornaciari lembra que “elas (as mulheres) têm consciência de que as implicâncias são cancerígenas para o amor”.
A vida da menina que cresceu no sertão do Paraná passeia por “Amoras, Cerejas, Morangos e...Sapatos Vermelhos”, agora enriquecida pela vivência em Minas. “Aqui estou revivendo minha infância, faço uma deliciosa volta ao passado”, diz a autora, sempre apaixonada pelas coisas da roça.
Esse amor pelo campo aliado às imagens da infância é a marca do livro. Só mesmo um casamento perfeito entre a primeira idade e o amadurecer constante pode resultar em liberdades poéticas como o falar de jabuticabas lembrando as pequeninas saias das meninas nas escolas: “Mas sabe, jabuticabeira, quando tu já ias sem frutos com teus galhos quebrados, desbotados em tom cansado...volúvel, eu migrava para as plissadas saias de outras frutas da estação”.
Outras crônicas, de mulher madura que já sublimou coisas e que ainda ganha tantas outras percepções, trazem frases bem construídas e não menos poéticas: “Faço justiça: as mãos, os joelhos e os olhos deveriam ser vendidos avulsos nos magazines...tamanha falta nos fazem na velhice”.
Serviço: Lançamento do livro “Amoras, Cerejas, Morangos e...Sapatos vermelhos”, hoje 19h, na Livraria Siciliano, no Center Shopping.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
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3 comentários:
Verinha, saudade de vc, a gente não se vez mais né, vamos nos encontrar qualquer dia, um beijo querida.
Thalyta.
Very good!
Coming to your BLOG, I feel a good start!
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